“variações infímas podem alterar irreversivelmente o padrão dos acontecimentos” Uma simples mistificação dos economistas americanos, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias, cientificamente dada a conhecer á Humanidade por Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Marx, “Valor, Preço e Lucro"

“Como os valores permutáveis dos artigos são apenas funções sociais dessas coisas e nada têm a ver com as suas qualidades naturais, temos primeiro de perguntar: qual é o elo social comum de todos estes artigos? É o trabalho. Uma certa quantidade de trabalho tem de ser exercida para produzir um artigo. E não me refiro simplesmente ao trabalho, mas ao trabalho social. Uma pessoa que produz um artigo para uso pessoal imediato cria um produto, não um artigo… Um artigo tem um valor porque é a cristalização do trabalho social… O preço, tomado por si só, não passa da expressão monetária do valor… O que o trabalhador vende não é directamente o seu trabalho mas o seu poder laboral, o qual põe temporariamente à disposição do capitalista… Supunhamos agora que um trabalhador precisa de uma média de seis horas diária para produzir. Supúnhamos ainda que são necessárias seis horas em média para produzir uma quantidade de ouro equivalente a três xelins. O preço, ou a expressão monetária do valor diário do poder laboral desse homem, seria então de três xelins… Mas, ao pagar-lhe o valor diário, semanal, do soldo laboral, o capitalista adquiriu o direito de utilizar o poder laboral durante todo o dia, ou toda a semana. E por conseguinte, fá-lo-á trabalhar diariamente por exemplo 12 horas… Ao dar três xelins, o capitalista realiza um valor de seis xelins pois, pagando um valor no qual seis horas de trabalho estão cristalizadas, receberá, em compensação, um valor no qual 12 horas de trabalho estão cristalizadas. Ao repetir diariamente este mesmo processo, o capitalista pagará diariamente três xelins e meterá diariamente seis xelins ao bolso, metade dos quais servirá para pagar novamente salários e a outra metade para formar um valor excedentário pelo qual o capitalista não pagou a soma equivalente. É sobre esta espécie de permuta entre o capital e o trabalho que se funda a produção capitalista, ou o sistema de salários, o que resulta constantemente na reprodução do trabalhador como trabalhador e do capitalista como capitalista”

actualizações (cortesia do 2+2=5):

V Castoriadis: "A unidade do processo económico"

VI Castoriadis:"O que é a formação da média de taxa de lucro"

 
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