“variações infímas podem alterar irreversivelmente o padrão dos acontecimentos” Uma simples mistificação dos economistas americanos, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias, cientificamente dada a conhecer á Humanidade por Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos.

segunda-feira, outubro 31, 2005

autos de fé - ordenados pelo Marquês do Pombal

extractos (de algumas centenas)

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1755 - O Terramoto de Lisboa, um livo de João Duarte da Fonseca

Neste ano do 250º aniversário do terramoto de Lisboa de 1755 têm surgido algumas novidades editoriais que abordam este dramático evento do século XVIII português. Uma dessas obras é o livro “1755 – O Terramoto de Lisboa”, de João Duarte da Fonseca, da editora Argumentum.
O autor, sendo embora doutorado em geofísica e professor de engenharia sísmica no I.S.T., não escreveu este livro na perspectiva do sismólogo, tendo tido antes a preocupação de, com uma linguagem simples, apresentar a informação essencial acerca do terramoto e do tsunami que se lhe seguiu, recorrendo abundantemente às fontes da época, dando-nos um retrato vivo dos acontecimentos daquela manhã de 1 de Novembro de 1755, em Lisboa e noutras regiões do reino, mas também em Espanha e Marrocos.
A obra dá-nos também uma perspectiva acerca de algumas das personagens centrais da história portuguesa desta época, destacando-se a figura controversa, mas incontestavelmente moderna, do Marquês de Pombal. Um dos capítulos do livro relaciona-se precisamente com a reconstrução de Lisboa, planeada por Eugénio dos Santos e Manuel da Maia, sob a coordenação de Pombal.
Mas os capítulos mais interessantes são os que se referem aos debates que o terramoto originou. Em Portugal, a maioria dos escritores atribuíam a catástrofe a uma punição divina e o padre Malagrida e o cavaleiro de Oliveira (este em efígie) foram queimados nas fogueiras da Inquisição por terem expresso opiniões heréticas acerca das origens e consequências do terramoto. Os iluministas franceses envolveram-se também numa viva polémica em que o terramoto de Lisboa foi amplamente utilizado como argumento. Esta polémica foi protagonizada sobretudo por Voltaire, que atacou os defensores do Optimismo filosófico (de Leibniz), que negava a existência do Mal. O ataque de Voltaire a Leibniz teve o seu ponto culminante na publicação do “Candide ou L’Optimisme”, onde o filósofo alemão aparecia caricaturado na personagem do barão Pangloss, incurável optimista que, no meio dos mais terríveis cenários de sofrimento, entre os quais o terramoto de Lisboa, entendia sempre estar perante “o melhor dos mundos possíveis”.
Finalmente, “1755 – O Terramoto de Lisboa” é enriquecido por 85 ilustrações, muitas delas gravuras da época que representam os efeitos do terramoto que, só por si, justificariam o interesse da obra".
Jacinto Bettencourt

 
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