“variações infímas podem alterar irreversivelmente o padrão dos acontecimentos” Uma simples mistificação dos economistas americanos, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias, cientificamente dada a conhecer á Humanidade por Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos.

terça-feira, junho 28, 2005

Sobre o Estado e as Corporações - entrevista com Noam Chomsky


James Madison, na fase inicial do capitalismo moderno, descreveu a relação entre os negócios e os governos como a de "instrumentos e tiranos". Disse que os negócios são "os instrumentos e os tiranos" dos governos. Hoje em dia, esta definição é virtualmente a definição do mundo. As Corporações Multinacionais são os instrumentos e os potenciais tiranos dos Estados , por conseguinte será muito difícil fazer uma distinção entre ambos.
P- Poderia detalhar como as corporações chegaram a ser tão poderosas?
Noam Chomsky- Bom, sabemos muito bem, efectivamente. No fim do século XIX, houve grandes malogros, e catástrofes nos mercados. Isso resultou da curta experiência de um sistema semelhante ao do capitalismo - não total, mas parcialmente -, com mercados realmente livres, e aquilo foi uma catástrofe tão grande que os negócios anularam essa experiência porque não podiam sobreviver. Após aquilo, deu-se adiantamentos como crédito para superar esses malogros graves dos mercados, que conduziram a diversas formas de concentração de capital: consórcios patronais, cartéis e outros monopólios, e o que emergiu foi a Corporação na sua maneira moderna. Os sistemas Judiciais atribuíram direitos às Corporações. Quero dizer, conheço a história anglo-americana bastante bem efectivamente, mas o que alimentou o processo é este ultimo exemplo mais ou menos em todos os lados, por conseguinte centro-me neste caso. No sistema anglo-americano, os Tribunais de Justiça, não os legisladores, atribuíram aos organismos corporativos direitos extraordinários. Atribuíram-lhes os direitos que têm as pessoas; com isto quero dizer que têm direito à liberdade de expressão, eles podem livremente fazer publicidade, publicitar, podem efectuar até muitas eleições, e assim sucessivamente, e têm protecção no que diz respeito a inspecções eventuais a cargo de autoridades estatais, o que implica que até a própria polícia, tecnicamente, não pode entrar nos seus departamentos e ler os seus papéis, o público não pode examinar o que se passa nestes organismos totalitários. Por outro lado cada nação será em grande medida uma invenção europeia; quero dizer que alem de haver muitas coisas semelhantes, o ser nação na sua maneira moderna foi criado, em grande parte, na Europa, durante muitos séculos. É uma forma de organização tão pouco natural, e tão artificial, que teve de ser imposta através de uma extrema violência. De facto esta é a principal razão pela qual a Europa foi o lugar mais selvagem que o mundo conheceu durante séculos. Isto deveu-se ao facto de tentar impôr o sistema obrigatório de ser nação sobre as culturas e as sociedades que eram diferentes, e que se pode considerar, não tinham uma relação com esta estrutura artificial.
Continue a ler a entrevista – AQUI (em espanhol)

sábado, junho 25, 2005


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quarta-feira, junho 08, 2005

"Classe média está 15% mais pobre desde 2001"

"Os portugueses têm sido muito pacientes face ao significativo empobrecimento que sofreram nos últimos anos", considera Carlos Pereira da Silva, professor catedrático do Instituto Superior de Econo- mia e Gestão e presidente do Instituto dos Actuários Portugueses. O economista estima em cerca de 15% a perda de poderhttp://www.blogger.com/img/gl.link.gif
insert link de compra sofrida pela classe média apenas entre 2001 e 2005. Uma erosão que deverá manter-se nos próximos anos, tendo em conta o agravamento do IVA e o anúncio de aumentos salariais médios de 2% para os funcionários públicos até 2009, abaixo da inflação prevista.
A estimativa de Pereira da Silva contabiliza não apenas o diferencial entre as actualizações salariais e a inflação - sempre mais alta do que a evolução dos rendimentos -, mas também o efeito multiplicativo gerado pelo crescimento superior à inflação de muitos bens e serviços, impostos e até os juros que, apesar de baixos, estão acima do crescimento real dos salários.
Só o IVA sofrerá, até ao final deste ano, um crescimento acumulado de quase 24% face a 2001, lembra o vice-presidente do ISEG. O escalão superior do IVA passou primeiro de 17% para 19% e no segun- do semestre deste ano sofrerá um agravamento para 21%. Mas também os preços de produtos como a gasolina e transportes aumentaram acima da inflação.
Para o empobrecimento da classe média contribuiu, particularmente, o efeito da adesão ao euro, que produziu um aumento dos preços em cadeia. "Estudos europeus referem que a entrada em vigor do euro foi responsável pelo crescimento de 2% a 3% dos preços em média, havendo mesmo casos em que se chegou aos 5%, por efeito dos arredondamentos para cima. As pessoas andaram pelo menos um ano iludidas com o euro até perceberem que estavam a pagar tudo mais caro."
No caso português concorrem ainda para a perda de rendimento disponível das famílias outros factores. O ex-presidente do Instituto de Gestão dos Fundos de Capitalização da Segurança Social aponta, por exemplo, o "brutal" aumento do Imposto Municipal sobre Imóveis (ex-contribuição autárquica), que, de um dia para o outro, aumentou a factura de muitas famílias e vai continuar a crescer, pois é progressivo. Outro exemplo está na redução de algumas prestações da Segurança Social, como é o caso do abono de família, que foi reduzido para muitas famílias da classe média. E, para todos, desde 2004, o subsídio de doença baixou de 65% para 55% para as baixas até 30 dias. Além de que os cortes nas pensões vão também reduzir o poder de compra de muitas famílias.
Da lista de "ataques" à classe média constam também a redução dos benefícios fiscais. Os benefícios aos Planos de Poupança Reforma (PPR) foram reduzidos, com efeitos a partir deste ano. E, ainda no que ao mercado de capitais diz respeito, devem ser ainda consideradas as perdas da bolsa entre 2001 e 2002, que afectaram a poupança de muitas famílias de rendimentos médios. No auge do "capitalismo popular", muitas famílias foram incentivadas a recorrer a empréstimos para comprar acções e ainda não recuperaram as perdas.
A importância das taxas de juro na avaliação do poder de compra é explicado por Pereira da Silva pelo elevado nível de endividamento da classe média. "Apesar das taxas de juro terem sido baixas neste período, em torno dos 4,5% ou 5%, estão sempre acima da inflação, que andou pelos 2,5%. Se pensarmos que os salários cresceram abaixo disso, então o mesmo dinheiro hoje compra menos do que em 2001", conclui aquele economista.
Face à previsão de aumentos médios de 2% ao ano até 2009, inscrita no PEC, o poder de compra dos funcionários deverá baixar 0,5 pontos percentuais este ano e mais 0,9 pontos já em 2006 (inflação prevista de 2,9%). Nos quatro anos, estima-se uma perda de 2,4 pontos percentuais nos salários reais.

DN-6Junho- http://dn.sapo.pt/2005/06/06/suplemento_negocios/classe_media_esta_15_mais_pobre_desd.html

terça-feira, junho 07, 2005

É ESTA A CLASSE POLÍTICA QUE TEM A LATA DE PEDIR SACRIFICIOS AOS PORTUGUESES,,, PARA DEBELAR A CRISE!

Nem tudo vai mal nesta nossa República (Pelo menos para alguns)
Com as eleições legislativas de 20/Fevereiro, metade dos 230 deputados não
foram eleitos. Os que saíram regressaram às suas anteriores actividades.
Sem, contudo saírem tristes ou cabisbaixos. Quando terminam as funções, os
deputados e governantes têm o direito, por Lei (deles) a um subsídio que dizem de reintegração:
- um mês de salário (3.449 euros) por cada seis meses de Assembleia ou governo.
Desta maneira um deputado que o tenha sido durante um ano recebe dois salários (6.898 euros). Se o tiver sido durante 10 anos, recebe vinte salários (68.980 euros). Feitas as contas e os deputados que saíram o Erário Público desembolsou mais de 2.500.000 euros.
No entanto, há ainda aqueles que têm direito a subvenções vitalícias ou
pensões de reforma (mesmo que não tenham 60 anos). Estas são atribuídas aos
titulares de cargos políticos com mais de 12 anos.

Entre os ilustres reformados do Parlamento encontramos figuras como:

- Almeida Santos ……………………… 4.400, euros;
- Medeiros Ferreira ………………… 2.800, euros;
- Manuela Aguiar …………………….. 2.800, euros;
- Pedro Roseta ……………..…………. 2.800, euros;
- Helena Roseta ……………………… 2.800, euros;
- Narana Coissoró …………………… 2.800, euros;
- Álvaro Barreto ……………………… 3.500, euros;
- Vieira de Castro ……………………… 2.800, euros;
- Leonor Beleza …………………… 2.200, euros;
- Isabel Castro ………………………… 2.200, euros;
- José Leitão ………………………… 2.400, euros;
- Artur Penedos ……………………… . 1.800, euros;
- Bagão Félix ………………………… 1.800, euros.

Quanto aos ilustres reintegrados, encontramos os seguintes:

- Luís Filipe Pereira ……………... 26.890, euros / 9 anos de serviço;
- Sónia Fortuzinhos ……………… 62.000, euros / 9 anos e meio de serviço;
- Maria Santos ………………… . 62.000, euros /9 anos de Serviço;
- Paulo Pedroso ………………… 48.000, euros /7 anos e meio de serviço;
- David Justino ………………… 38.000, euros /5 anos e meio de serviço;
- Ana Benavente ………………… 62.000, euros/9 anos de serviço;
- Mª Carmo Romão …………… 62.000, euros /9 anos de serviço;
- Luís Nobre Guedes ……………. 62.000, euros/ 9 anos e meio de serviço.

A maioria dos outros deputados que não regressaram estiveram lá somente a última legislatura, isto é, 3 anos, o suficiente para terem recebido cerca
de 20.000, euros cada.

É assim a nossa República (das bananas) !!!!!!!!!!!!!
É ESTA A CLASSE POLÍTICA QUE TEM A LATA DE PEDIR SACRIFICIOS AOS PORTUGUESES
PARA DEBELAR A CRISE...

(de um leitor do Expresso Online)

 
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